“Educar significa introduzir a cunha da diferença em um mundo que sem ela se limitaria a reproduzir o igual e o idêntico, um mundo parado, um mundo morto”
Tomaz Tadeu da Silva
A Casa Viva se reconhece, para fins de identificação imediata, como uma escola que se pretende inclusiva. Entretanto, a nossa relação com a deficiência esforça-se por sair da classificação binária: neurotípicos e deficientes. Concebemos que a escola (seja ela qual for) é uma instituição para todas as pessoas. Isso implica em assumir em seu bojo, toda a riqueza da diversidade humana. Implica em pensar numa gestão dos processos educacionais que integre os envolvidos, que promova trocas, que atribua sentido não apenas ao componente curricular em estudo, mas a todas as relações envolvidas na sua busca. Ou seja, as diferenças estarão naturalmente postas, seja em relação a questões étnicas, religiosas, de gênero, seja em relação às diferenças decorrentes da chamada deficiência.
Para que a diferença opere o currículo e que não seja anulada por ele (ainda na esteira do pensamento do curriculista Tomaz Tadeu da Silva), a Casa Viva avalia cuidadosamente seus processos. A começar pelos critérios de enturmação, que passa pela análise da potência do encontro do indivíduo com o grupo, e vice-versa, e não pela excludente busca pela homogeneidade. Admitimos que o confronto de ideias, de performances, de linguagens, na medida da potência, se revertem em crescimento coletivo. Outro ponto é a concepção de um currículo como devir, que será agenciado para o sentido, para o conhecimento, para a troca, onde todos operam, e a inteligência coletiva se institui.